terça-feira, 1 de março de 2011

Game over (confissões e lembranças de um Romeu)

terça-feira, 1 de março de 2011
Já era o fim do intervalo, o fim do melhor momento do dia pra todo estudante adolescente e “normal” com exceção dos “excluídos” que por algum motivo não muito legal, são isolados ou talvez se isolem mesmo por opção, mas voltando ao foco da história, eu quero lembrar de um fim de intervalo diferente,triste.
O intervalo era o momento que eu e ela estávamos juntos e sós, era um momento breve, mas valia a pena pra nós que apesar de próximos estávamos distantes, ou pelo menos era isso que os outros queriam, nos ver distantes. Então, foi nesse dia, no dia do intervalo diferente, que eles conseguiram nos separar. O clima nesse dia estava diferente entre nós, tínhamos brigado, eu acho, mas era algo pequeno que não merecia a atenção que eu bobão  e ela outra boba demos aquela rixinha, talvez se eu soubesse que aquele seria o último intervalo,teria apagado aquele pequeno garrancho escrito na nossa história.
Nesse intervalo eu passei por ela fingindo estar indiferente, ela passava por mim como se tivesse algo a dizer, mas não dizia nada, isso até os últimos minutos do intervalo. Foi quando ela passou por mim e eu agora estava realmente indiferente a ela, no meio da resenha com a  galera, ela me puxou e com uma voz diferente, meio rouca,estranha, forçada, disse:
— Fim de jogo.
Eu não entendi como fim de jogo. O que ela quis dizer com isso. Eu, na sala de aula em meio aos berros do professor que tentava controlar a sala carregada pela euforia de um intervalo, não escutava nada além dessas três palavras FIM DE JOGO.
A sirene tocou, tava livre, e fui atrás da resposta, como assim fim de jogo? Procurei por ela, e então há achei  sentada no nosso canto. Antes que eu a enchesse de perguntas, a resposta veio:
— Acabou, eu não posso, eles não querem, é muita pressão...(disse ela)
— Calma, vamos tentar...(disse eu)
— Eu preciso de um tempo...(disse ela)
— Tempo?  Calma... tá tudo bem... vai ficar tudo bem... vamos?(disse eu)
— Eu vou só... eu preciso aprender a ser só.(disse ela)
Ela foi sem ele pra casa, ele agora tinha as respostas, como num jogo de vídeo game eles perderão pros chefões, os pais delas, foram eles que falaram mais alto, acho que por isso ela estava com uma voz diferente, porque ela disse naquele fim de intervalo o que não queria dizer, eles falaram por ela aquelas palavras, fim de jogo...

Phael Marques

2 comentários:

Olhos de luar disse...

As vezes somos obrigados a fazer coisas que não gostaríamos, escolhas que na maioria das vezes interferem de forma irreversível em nossas vidas. Viver para o outro, para a vontade do outro, não é viver para si, não é escolher para si. E o mais triste é que nem sempre, ainda que queiramos muito, não podemos mudar essa realidade, e é nesse espaço de tempo, na indecisão do viver para si ou deixar que o vivam, que o GAME OVER fala mais alto.

PHAEL MARQUES disse...

Poxa que comentário ein minha preta rsrs. Decidir escrever isso ontem quando vc falou sobre game over ontem, ai eu vim inventando, meio que baseando em algumas histórias por aí. Valeu pela visita viu bjos.

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