O telefone tocou era ela, aquela menina que ele via como uma amiga, que zoava com ele na escola, que estava sempre por perto e era sempre uma ótima companhia talvez a melhor e ele não percebia. A voz do outro lado da linha era a voz dela sim, mas estava diferente, era uma voz carregada de emoção, que parecia querer dizer tanta coisa, ela disse, oi, timidamente, perguntou como ele estava, ele disse que bem, ficaram em silêncio, e outras vozes impulsionaram ela a revelar o motivo da ligação, ela disse que ligou pra dizer que conhecia uma menina que gostava muito dele, muito mas do que ela podia imaginar, e essa menina era alguém que ele nunca imaginaria, ele pensou em várias meninas, disse o nome de várias, e ela escutou calada, até que em um impulso ela disse o nome da admiradora fazendo com que ele parasse de tentar adivinhar e de machucar o coração dela, pois era ela, a menina do outro lado da linha, que o amava, ele quando ouviu não disse nada, ela pediu desculpas e desligou. Pra ele essa notícia foi um ótimo susto a menina que ele via como a grande amiga de diversões garantidas, se tornava a menina que poderia fazer dele o cara mais amado do mundo. No outro dia foi difícil olhar pra ela, foi novo, ela não era ela, era diferente e única, ele não sabia como agir, mas agiu, não mais como amigo, eles eram mais que isso, não sei o que eles eram, mas sei que eles foram felizes e que hoje ela lembra dela com muito carinho e um pouco de arrependimento de não ter enxergado nas entrelinhas o amor que existiu, o importante é que ela apesar de pouco tempo de convívio marcou, deixou saudades e hoje é uma boa lembrança.Phael Marques
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