terça-feira, 10 de maio de 2011

Roleta Russa (parte três)

terça-feira, 10 de maio de 2011
III

Acordei e ainda continuava presa, mas ele o seqüestrador não estava ali, olhei no relógio e já era duas horas da tarde, essa foi a hora que ele marcou pra encontrar com meu pai e pegar o resgate. Estava ansiosa pra saber o resultado da negociação, e ele demorava a chegar. As cinco e meia da tarde ele voltou, estava irritado:

— Seu pai armou pra me pegar, vacilou feio comigo menina e agora me diz o que eu faço contigo?
— O que aconteceu, que foi que o meu pai fez?
— Eu marquei com ele, só com ele... mas ele desfez o trato foi sem dinheiro e acompanhado de policiais. Eu devia descontar a minha raiva em você menina, mas...
Ele bateu a porta e saiu, eu não entendi o porquê daquele homem não ter feito nada comigo. Por uma pequena abertura eu o via andar de um lado para o outro na varanda da casa, ele parecia perdido, desnorteado com aquela situação. Eu estava ansiosa pelo desfecho daquilo tudo as horas se passavam e tudo continuava igual eu trancada, longe de tudo e todos e junto com um homem que mal conhecia.

Algumas semanas depois...

Era madrugada de sexta feira, eu já tinha mais ou menos 15 dias trancada ali, e nesse noite acordei muito mal com uma febre alta, suava frio, delirava, estava doente. Ele percebeu que eu não estava bem, me cobriu com o seu cobertor e disse que ia preparar um chá. Insistiu pra que eu tomasse dizendo que iria me fazer bem, eu estava receosa, mas, acabei tomando e adormeci.  Pela manhã a febre tinha abaixado um pouco. Foi quando ouvi o barulho da porta se abrir, era ele, com uma sacola cheia de remédios. A preocupação daquele homem comigo era visível, a princípio eu achava que ele só não queria me perder por eu ser a sua garantia de dinheiro fácil. Mas ele estava diferente e eu também.
Phael Marques

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