Ontem eu fiquei mais velho, apaguei vinte e umas velinhas e me lembrei de quantas vezes na minha adolescência eu desejava estar na faixa de idade que estou hoje. Sempre pensava como seria a minha vida quando eu entrasse na casa dos vinte anos, eu imaginava e projetava tantas coisas pra mim quando chegasse a essa tão sonhada idade. Como seria o meu corpo? Como seria a minha casa? Onde eu estaria morando? Como seria a minha casa? Quem estaria vivendo ao meu lado nessa época? Eram várias as respostas e eu já tinha todas elas prontas, tudo idealizado pra ser aquela pessoa que eu queria.
Hoje aqui estou eu com vinte e um anos e sou um cara com uma vida normal, ainda moro com meus pais, mudei um pouco fisicamente mais nem de perto sou aquele que desejava ser quando mais novo, e isso não quer dizer que eu seja um alguém frustrado por não ter conseguido realizar tudo o que queria, isso quer dizer que eu cresci, e os sonhos mudaram ao longo do tempo, alguns ainda continuam vivos, ainda sonho em ter o meu canto, em morar em uma outra cidade, em ter alguém com quem dividir minhas alegrias e tristezas, em ser bem sucedido profissionalmente, porém mais do que tudo isso hoje eu sou alguém melhor por dentro, eu conquistei um crescimento pessoal que hoje me faz mais forte pra lutar por aquilo que sonhava quando ainda era um adolescente despreparado. Hoje eu sou menos intransigente, mais consciente, mais sereno nas minhas atitudes, mais racional, hoje eu sou melhor, e sou feliz. Ainda tenho muito que mudar, muito para entender e aprender.
Quando escrevo isso, sobre quem sou e o quero ser, lembro das sábias palavras da minha amiga de curso Eli , que admiro muito pela pessoa sensata que é. Ela sempre me diz, quando falo em tom de rebeldia sobre algum assunto ou sobre alguém:
—Rapha, não pense assim, pense melhor e com calma.
E eu continuo teimoso nas minhas opiniões, aí ela me diz:
—A vida vai te ensinar que não é assim.
E nisso eu concordo plenamente com ela, a vida é uma escola e eu quero estar sempre disposto a aprender, mesmo às vezes sendo um aluno meio indisciplinado, levando algumas advertências, mas aprendendo e crescendo com todas elas. Hoje eu sou grato a Deus por tudo, pela família que tenho, pelos amigos que conquistei, pelas experiências que vivenciei ao longo desses curtos vinte e um anos de vida, e que venham muitos outros anos melhores, mais sábios e mais felizes.
Phael Marques.