terça-feira, 31 de maio de 2011

21

terça-feira, 31 de maio de 2011 0

Ontem eu fiquei mais velho, apaguei vinte e umas velinhas e me lembrei de quantas vezes na minha adolescência eu desejava estar na faixa de idade que estou hoje. Sempre pensava como seria a minha vida quando eu entrasse na casa dos vinte anos, eu imaginava e projetava tantas coisas pra mim quando chegasse a essa tão sonhada idade. Como seria o meu corpo? Como seria a minha casa? Onde eu estaria morando? Como seria a minha casa? Quem estaria vivendo ao meu lado nessa época? Eram várias as respostas e eu já tinha todas elas prontas, tudo idealizado pra ser aquela pessoa que eu queria.
Hoje aqui estou eu com vinte e um anos e sou um cara com uma vida normal, ainda moro com meus pais, mudei um pouco fisicamente mais nem de perto sou aquele que desejava ser quando mais novo, e isso não quer dizer que eu seja um alguém frustrado por não ter conseguido realizar tudo o que queria, isso quer dizer que eu cresci, e os sonhos mudaram ao longo do tempo, alguns ainda continuam vivos, ainda sonho em  ter o meu canto, em morar em uma outra cidade, em ter alguém com quem dividir minhas alegrias e tristezas, em ser bem sucedido profissionalmente, porém mais do que tudo isso hoje eu sou alguém melhor por dentro, eu conquistei um crescimento pessoal que hoje me faz mais forte pra lutar por aquilo que sonhava quando ainda era um adolescente despreparado. Hoje eu sou menos intransigente, mais consciente, mais sereno nas minhas atitudes, mais racional, hoje eu sou melhor, e sou feliz. Ainda tenho muito que mudar, muito para entender e aprender.
Quando escrevo isso, sobre quem sou e o quero ser, lembro das sábias palavras da minha amiga de curso Eli , que admiro muito pela pessoa sensata que é. Ela sempre me diz, quando falo em tom de rebeldia sobre algum assunto ou sobre alguém:
—Rapha, não pense assim, pense melhor e com calma.
E eu continuo teimoso nas minhas opiniões, aí ela me diz:
—A vida vai te ensinar que não é assim.
E nisso eu concordo plenamente com ela, a vida é uma escola e eu quero estar sempre disposto a aprender, mesmo às vezes sendo um aluno meio indisciplinado, levando algumas advertências, mas aprendendo e crescendo com todas elas. Hoje eu sou grato a Deus por tudo, pela família que tenho, pelos amigos que conquistei, pelas experiências que vivenciei ao longo desses curtos vinte e um anos de vida, e que venham muitos outros anos melhores, mais sábios e mais felizes.

Phael Marques.

domingo, 29 de maio de 2011

Oração - A banda mais bonita da cidade.

domingo, 29 de maio de 2011 1
Com uma letra simples o vídeoclipe da música Oração da Banda mais bonita da cidade, tem se tornado um fenômeno e já está entre os mais vistos no Youtube. A música divide opiniões, há quem ame e há quem odeie a canção, eu particularmente gostei. A letra é simples e repetitiva como uma reza,  o verso "essa é a última oração pra salvar seu coração..." é cantado várias vezes pelos integrantes da banda e o vídeo transmite uma sensação de felicidade (lembra um pouco o movimento hippie) e de como é simples ser feliz, (admito que gostei mais do vídeo do que da própria música). Confira o vídeoclipe:

sábado, 28 de maio de 2011

Para ela, a grata surpresa.

sábado, 28 de maio de 2011 2
Hoje escrevo para ela a minha grata surpresa, a menina que fala pelos cotovelos, mas que eu confesso não canso de escutar, aquela que tem sempre a palavra certa na hora certa, que sempre arranca de mim um sorriso sincero sem contar nenhuma piada, só o jeito de falar me faz sorrir. Aqui eu a chamo de grata surpresa porque fui preconceituoso em relação a sua personalidade, é aquela velha história de julgar o livro pela capa, pois é cometi esse erro de novo. A primeira vista ela era mais uma menina bonita, mas suas primeiras palavras passaram a impressão de que ela fosse daquelas garotas do tipo marrenta. Mas ela só fazia o tipo mesmo, e a primeira impressão com ela não foi a que ficou. O tempo passou e eu tive o prazer de saber que está errado em relação à pessoa que ela é. Hoje eu estou conhecendo uma menina alegre, companheira, meiga, sincera, que passa verdade no olhar. Ela é simples, e ser amigo dela é mais simples do que eu pensava só é preciso ser de verdade, ser franco, ser honesto com seus sentimentos, e então se ela gosta ela abre a porta da sua casa e te chama pra entrar. Eu cada dia desvendo um pouco mais dessa caixinha de surpresas que ela é, e confesso que gosto muito de tudo que descubro nessa menina rara, diferente e surpreendente.
Phael Marques

quarta-feira, 25 de maio de 2011

...

quarta-feira, 25 de maio de 2011 0

"Eu amo a minha liberdade, amo a honestidade das pessoas, não a considero uma virtude, mas sim, um compromisso. Gosto de ter amigos, ainda que poucos, porém pessoas raras, incomuns, loucas de preferência (...) Acredito no amor universal e nas pessoas que o exercitam, as demais ignoro e lamento!"
Clarice Lispector

O benefício da dúvida


Eu sou feito de dúvidas. Dúvidas são boas ou ruins? Não sei e duvido sobre. Sei que elas constroem, despertam a minha curiosidade, alimentam a minha fome de saber e me levam além.
Elas fazem de mim conhecedor, me permitem pensar, escolher e mudar de escolha. Duvidando eu posso usar de todas as possibilidades. As dúvidas que me protegem do desconhecido, são as mesmas que também me traem me fazendo perder algo de bom que poderia ganhar. Mesmo assim ainda prefiro o benefício de duvidar.

Phael Marques

domingo, 15 de maio de 2011

Quando os olhos vêem

domingo, 15 de maio de 2011 3
O que os olhos não vêem
O coração não sente
Essa é a regra
Que tento cumprir
Mas basta te encontrar
Pra tudo mudar

Meus olhos vêem
Meu corpo sente
O ar fica seco, denso
Me dá sede de você
Mas não posso beber

Talvez eu vicie,
E eu não sei lidar com vícios
Não sei lidar com o que sinto
Não sei se amo você.

Phael Marques

sábado, 14 de maio de 2011

...

sábado, 14 de maio de 2011 0

Estou doente, com imunidade baixa, precisando de remédio que faça efeito contra pessoas hipócritas, pessoas que não convencem, que fingem e fingem mal a ponto de deixar escapar quem realmente são, pessoas que só subtraem e não me preenchem em nada. Esse tipo de gente adoece e eu quero saúde.
Phael Marques


terça-feira, 10 de maio de 2011

Roleta Russa (parte cinco - final)

terça-feira, 10 de maio de 2011 3
V

Meses se passaram. Eu não tinha mas noticias de ninguém. Fui dada como desaparecida, aquilo me deixava triste, mas eu já tinha feito minha escolha, viver com ele naquele lugar, era o que eu queria, e eu sabia que essa escolha não seria respeitada por todos aqueles que faziam parte da minha antiga vida. Eu e ele estávamos muito envolvidos, eu me sentia preenchida, era feliz naquele lugar paupérrimo, sem o luxo e a riqueza que sempre me acompanharam, ao lado de alguém que nem de longe era o que eu sonhava pra mim, mas que agora me completava e me fazia feliz de verdade.
Tudo em nós era sincero, o dinheiro já não importava mais para mim. Ele vivia como podia pra me fazer feliz, carregava com ele as conseqüências das escolhas erradas que fez no passado, mas seu envolvimento com o mundo da criminalidade tinha acabado. Nós éramos felizes. Aquela felicidade me fazia sentir medo às vezes, eu estava sempre esperando que alguém viesse e destruísse tudo. E isso aconteceu, destruíram tudo.
Era noite estava preparando o jantar, por um instante parei e comecei a pensar na minha família, eles estavam a minha procura todo esse tempo, eu pensava em voltar, mas também sabia que voltar para eles significava abandonar um amor. Eu fiz a minha escolha, e eles jamais iriam entender. Eu estava certa, eles não entenderam minha escolha.
Nessa noite depois de um ano desaparecida fui encontrada, minha casa estava cercada de policiais, o local era pacato e escondido e eles armaram uma armadilha pra pegarem o meu seqüestrador, aquele que eu amava, o meu marido. Começaram a atirar,  tiros que pareciam me perfurar, ah como eu queria que eles me perfurassem, mas eu não fui atingida. Ao abrir a porta encontrei o corpo do homem que roubou meu coração estendido no chão, eu gritei, tentei reanimá-lo,mas era em vão, ele estava frio como eu na noite em que dormimos juntos pela primeira vez, eu queria poder aquecê-lo com o meu corpo como ele fez comigo, mas não pude ele morreu.
Desde esse dia eu não sou mas a mesma, nem serei, não quero ser mais nada sem ele. Depois que o perdi voltei a sentir aquele vazio que me referi no início dessa carta. Hoje eu escrevo a vocês meus pais e aqueles que se diziam meus amigos a minha história, que vocês destruíram sem ao menos conhecer. Agora estou aqui só no meu quarto, em um jogo perigoso, munida de uma arma com uma bala só, apertando o gatilho incansavelmente até que essa bala me acerte fatalmente... roleta russa esse vai ser o meu fim. Adeus. 
Phael Marques
*Baseado  na música Russian Roullet

Roleta Russa (parte quatro)

IV
 
Ao anoitecer ele me perguntou:
— Você está melhor menina?
— Ainda me sinto um pouco fraca, mas não como antes... você tem medo que eu morra aqui com você não é? Isso seria um grande problema.
— Você já é um grande problema pra mim, desde o dia que eu resolvi te seqüestrar.
— Por quê? Eu sou rica você vai ter um bom dinheiro com meu resgate?
— Eu estou em perigo, isso já durou tempo demais... eu podia te libertar agora mas...
— Mas o que?
— Vai dormir e não me encha de perguntas?
— Tudo bem.

Obedeci as suas ordens, como sempre. Eu nunca fui de obedecer regras, mas ele conseguia me fazer obedecer aos seus comandos. Pode parecer louco, mas eu estava sentindo algo diferente que nunca havia sentido. A convivência com ele estava se tornando agradável até demais. Novamente a meia noite eu acordei suando frio, a febre tinha voltado. Ele acordou percebeu que a minha febre estava alta e dessa vez dentou ao meu lado, me aqueceu e adormecemos. Troquei o frio e a febre pelo calor de sua presença.
Acordamos juntos, nos olhamos, então ele levantou bruscamente, eu o segurei, como se o quisesse ao meu lado,eu o queria,  ele recuava, mas eu o abracei forte, então ele correspondeu, nós estávamos envolvidos. Naquela manhã eu descobrir o que realmente fazia falta na minha vida e que não poderia ser comprado por dinheiro nenhum. Era uma palavra pequena, mas que fazia toda a diferença na minha vida agora, o nome disso? Amor. Pode parecer louco mas eu o amei. Depois de ficarmos juntos, ele disse:
— Agora você entende porque eu não posso te libertar?
— Você sente o mesmo que eu?
— Sinto, não queria sentir é perigoso, é fatal, mas sinto.
— E agora?
— Agora estamos em perigo.
— Eu não quero mais ser livre, quero estar presa a você.
— Você é louca menina.
Eu sorri e disse:
— Você me seqüestrou agora arque com as conseqüências.
Ele disse:
— Por você todos os riscos valem a pena.
Nos beijamos, e os dias depois daquela manha não foram mais os mesmos.
Phael Marques

Roleta Russa (parte três)

III

Acordei e ainda continuava presa, mas ele o seqüestrador não estava ali, olhei no relógio e já era duas horas da tarde, essa foi a hora que ele marcou pra encontrar com meu pai e pegar o resgate. Estava ansiosa pra saber o resultado da negociação, e ele demorava a chegar. As cinco e meia da tarde ele voltou, estava irritado:

— Seu pai armou pra me pegar, vacilou feio comigo menina e agora me diz o que eu faço contigo?
— O que aconteceu, que foi que o meu pai fez?
— Eu marquei com ele, só com ele... mas ele desfez o trato foi sem dinheiro e acompanhado de policiais. Eu devia descontar a minha raiva em você menina, mas...
Ele bateu a porta e saiu, eu não entendi o porquê daquele homem não ter feito nada comigo. Por uma pequena abertura eu o via andar de um lado para o outro na varanda da casa, ele parecia perdido, desnorteado com aquela situação. Eu estava ansiosa pelo desfecho daquilo tudo as horas se passavam e tudo continuava igual eu trancada, longe de tudo e todos e junto com um homem que mal conhecia.

Algumas semanas depois...

Era madrugada de sexta feira, eu já tinha mais ou menos 15 dias trancada ali, e nesse noite acordei muito mal com uma febre alta, suava frio, delirava, estava doente. Ele percebeu que eu não estava bem, me cobriu com o seu cobertor e disse que ia preparar um chá. Insistiu pra que eu tomasse dizendo que iria me fazer bem, eu estava receosa, mas, acabei tomando e adormeci.  Pela manhã a febre tinha abaixado um pouco. Foi quando ouvi o barulho da porta se abrir, era ele, com uma sacola cheia de remédios. A preocupação daquele homem comigo era visível, a princípio eu achava que ele só não queria me perder por eu ser a sua garantia de dinheiro fácil. Mas ele estava diferente e eu também.
Phael Marques

Roleta Russa (parte dois)

II

No início foi um pesadelo, acordei num espaço apertado, quente e escuro ainda estava um pouco zonza, fui lembrando aos poucos... o estacionamento do shopping, eu correndo, um homem, lembrei e gritei:
— Socorro.
Foi em vão eu estava presa no porta malas do meu carro, aquele homem tinha me seqüestrado. Ainda bem que fiquei por pouco tempo presa ali naquele porta malas infernal, quando acordei o homem já estava próximo de chegar ao destino para o qual ele me levaria. Chegamos, ele me libertou e disse:
— Tudo bem, com você?
Senti vontade de rir aquilo soou como piada mas o tom que ele perguntou demonstrou um certa preocupação com meu estado. Eu o esmurrei dizendo:
— Me leve pra casa agora seu louco, é dinheiro que você quer eu te pago, mas me liberte.
Ele me segurou pelos braços e disse:
- Cala a boca. - em voz baixa mas autoritária.  Me arrastou até um casebre no meio do nada. Ao entrar, fiquei com nojo do lugar, era empoeirado e escuro, todas as janelas trancadas com madeiras pregadas nelas,  moveis  tinham poucos, apenas uma mesa com duas cadeiras, um sofá rasgado, um colchonete no chão e uma geladeira barulhenta.
Ele disse:
— Tem um banheiro logo ali no fundo. Se quiser usar... Mas tarde eu vou ligar pra tua família pra dar início ao negócio.
— Liga agora!
— Cala boca, eu mando aqui.
Eu estava nervosa, fui ao banheiro, com sacrifício tomei um banho. Queria fugir mas não tinha uma saída, nada, era tudo trancado. Saí do banho mais cansada do que quando entrei. Ele estava no celular:
— Ninguém atende na sua casa moça. Você não é muito querida, é?
— Sou sim...- ele me interrompeu.
— Calada.
Alguém da minha família respondeu ao telefonema, ele deu os valores do resgate e me mandou falar no telefone como prova da verdade do sequestro. Era a voz do meu pai do outro lado da linha:
­­— Pai — só pude dizer isso. Chorei. Ele tomou o telefone da minha mão finalizando a conversa marcando o encontro para pegar o resgate, mas a minha liberdade ainda estava distante de chegar.
Phael Marques

Roleta Russa (parte um)



I

Era mais um dia comum na minha vida, como todos os outros dias nada de bom e nada de ruim acontecia, meus dias eram mornos.  Apesar de ser rica e poder ter tudo o que eu queria eu não era feliz, acho que isso de ter tudo que se quer com facilidade tirava o prazer de possuir, eu não sentia mais desejo, bastava comprar,  e eu comprava... jóias, roupas, sapatos, passeios, amigos, amores...  eu comprava de  tudo, mas me faltava algo que eu não conhecia, não tinha nome, não tinha marca, não sabia em qual loja procurar.
Mas naquele fim de tarde as coisas mudaram pra mim, eu estava vindo das compras em um shopping. Cheia de sacolas nas mãos, desci para o estacionamento interno. O silêncio imperava no lugar e eu estava perdida no meio daquele monte de carros, fui a procura de algum funcionário que pudesse me ajudar mais estranhamente não tinha ninguém, foi então que vi uma sombra, eu não estava só ali. Procurei seguir aquela figura, que parecia correr entre o emaranhado de carros,  eu chamava por aquela pessoa que estava ali mas não recebia  a resposta. Estava exausta de correr, até que ele parou ao lado da porta do meu carro. Era um homem grande tinha uma expressão fechada, com roupas simples, não estava fardado, certamente não era um funcionário. Ele me perguntou:
— Está perdida?
Eu disse:
— Sim estava procurando meu carro por sinal é esse onde você está encostado, licença.
Me aproximei dele para abrir a porta do carro. Foi quando ele me puxou pelo braço e colocou um pano sobre o meu rosto que me fez adormecer. A partir de então eu acabava de entrar em um sonho ou seria um pesadelo?

Phael Marques.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Eu sou procura.

sexta-feira, 6 de maio de 2011 1

Eu sou a procura de mim, sou a procura de outro que veja como eu, sinta como eu, que queira esse meu eu do jeito que é. 
Na procuro aprendo a ser quem sou, ser só eu, como ouvi em um frase “isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além”, eu quero ser exatamente eu, quero ir além, sem medo dos outros, é difícil ignorar o que os olhares, línguas e mentes pensam sobre você e viver, digo difícil e não impossível. Por isso sigo vivendo acreditando no possível, fazendo do impossível novas possibilidades, aprendendo com  pessoas e vivências. 
Não me nego o direito de tentar, de arriscar, de provar dos mais diversos gostos, experimentar e enfim escolher. Como humano errante eu posso falhar nas escolhas, e se falho também posso trocar de opção sem receio. Eu só estou me procurando... eu só estou te procurando.

Phael Marques

domingo, 1 de maio de 2011

...

domingo, 1 de maio de 2011 5

Depositar a própria alegria nos outros é um erro. Erro que eu não me permito cometer, prefiro dividir alegria com alguém que vale a pena, mas não à entrego nas mãos de ninguém. Errar desse jeito é da margem à decepção.
Phael Marques.
 
◄Design by Pocket Distributed by Deluxe Templates